HOME | SCOPE | ABOUT | PROGRAM | CALL FOR PAPERS | GUIDELINES | KEYNOTE SPEAKERS | SCIENTIFIC COMMITTEE | EXECUTIVE COMMITTEE | VENUE | REGISTRATION | CONTACT

PT.

O modelo de publicação científica que partilhamos vem progredindo de forma volátil nos últimos anos. Ao crescimento exponencial da ciência, do número de cientistas, e da quantidade de publicações, de resto já descrito por Solla Price na década de 60, somam-se desafios novos relacionados com os modelos de publicação, os consolidados e os emergentes. A questão foi em parte precipitada pelo uso indiscriminado do factor de impacto para fins que não os intencionados pelo seu criador, Eugene Garfield, propulsionado pela criação de uma poderosa indústria de quantificação da ciência. O fenómeno do "The number that's devouring science", como lhe chamou Monastersky, resulta da passagem de uma feliz e bem sucedida técnica de quantificação, para a avaliação qualitativa da ciência por parte de gestores e decisores de política científica.

Como consequência não intencional da pressão crescente para a publicação de resultados, toda uma outra indústria parasitária da cienciometria, mas também da ciência, conheceu um impulso formidável nos últimos anos: a edição/publicação predatória, para todos os gostos, dos jornais falsos ou clonados, à criação de corpos editoriais falsificados, simulação de peer-review, ou, a modalidade mais grave, o rapto de revistas.

O "II Comunicar Ciência: Modelos de Publicação Emergentes" pretende abordar as questões da publicação e avaliação de ciência à luz da dupla face desta quase simbiose: um paradigma de gestão de ciência que favorece o aparecimento em massa de editores predatórios; e o abuso do "número que está a devorar a ciência", quer do lado da gestão, quer do lado da produção, através de esquemas de cartelização ou coerção visando maximizar o impacto das publicações.

As práticas predatórias exigem como resposta uma indexação de publicações séria e credível, que possa libertar a ciência e os cientistas desses riscos. Mas a indexação séria e credível não está ela própria imune a práticas predatórias, que tentam capturá-la desde o interior. Reflectir sobre a intensificação destas lógicas e os paradoxos que geram é o propósito destas jornadas.

 


EN.

The mainstream scientific publishing model has been going through high volatile developments in recent years. To the exponential growth of science, of the number of scientists, and of the amount of publications, just as it was described by Solla Price in the 60s, new challenges were added, related to the publication models, both consolidated and emerging. The question was in part accelerated by the indiscriminate use of the impact factor for purposes other than those intended by its creator, Eugene Garfield, propelled by the creation of a powerful industry of quantification of science. The phenomena associated to "The number that's devouring science", as Monastersky called it, results from the shift of a successful quantification technique to the qualitative assessment of science by managers and scientific policy-makers.

As an unintended consequence of the increasing pressure for the publication of results, a whole new industry, parasiting science and scientometrics, has known a formidable momentum in recent years: predatory publishing. Its business model is adaptable and diverse, ranging from false or cloned academic journals, to the creation of fake editorial boards, peer-review simulation, or, the most severe form, hi-jacking legitimate journals.

The "II Communicating Science: Emerging Publication Models" intends to address the issues of the publication and evaluation of science in the light of this double paradox: a paradigm of science management that favors the mass appearance of predatory publishers; and the abuse of the "number that's devouring science", by management, but also by journals and authors, through cartelization schemes or coercion to maximize the impact of publications.

Predatory practices require as an answer a serious and credible indexing of publications, that can free science and scientists from such risks. But serious and credible indexing is not itself immune to predatory practices, trying to capture it from within. Reflect critically on the intensification of this logic and paradoxes it generates is the purpose of this conference.